Peter Finch/Getty Images
Acessibilidade
Durante muito tempo, vimos um aumento do uso exagerado de procedimentos estéticos injetáveis, movimento em que, para alguns pacientes – e também para alguns injetores – o “bonito” era a padronização da beleza, ou seja, reproduzir rostos iguais com volume, buscando uma juventude inatingível ao “fabricar” esses traços em ângulos e proporções ditas, erroneamente, “perfeitas”.
Intervenções visíveis passaram a representar status, juventude e poder. No entanto, após muitas críticas e diversas complicações, esse conceito vem mudando. Entre executivos, líderes e profissionais que ocupam posições estratégicas, cresce a valorização da aparência natural, discreta e coerente com a trajetória pessoal. O paradigma da beleza e juventude não está em transformar a imagem, mas em preservá-la com uma dermatologia feita com responsabilidade e pautada na ciência.
Medicina Regenerativa
A prática dermatológica vai além da estética superficial. O foco está na regeneração celular, no estímulo biológico e na preservação da saúde cutânea. Tecnologias como o ultrassom microfocado, a radiofrequência microagulhada, os lasers fracionados e os bioestimuladores atuam nas camadas mais profundas da pele, promovendo a produção de colágeno, restaurando a firmeza e melhorando a textura, sem comprometer os traços individuais. O objetivo maior é reverter e prevenir os sinais do tempo ao recuperar a saúde da pele sem excessos, em uma abordagem multidisciplinar na qual tudo precisa estar alinhado: saúde mental, hábitos saudáveis, saúde da pele e beleza.
Essa abordagem está alinhada ao movimento internacional conhecido como clean beauty. Mais do que uma tendência, trata-se de uma filosofia que privilegia o uso de substâncias seguras, protocolos minimamente invasivos e intervenções que respeitam a fisiologia natural da pele. Personalidades como Gwyneth Paltrow, Jessica Alba e Emma Watson tornaram-se ícones desse estilo de vida, que prioriza saúde, sustentabilidade e autenticidade. Na medicina, isso se traduz em condutas pautadas por prudência, personalização, prevenção e ciência.
Domínio da Própria Imagem
No dia a dia da prática clínica, é cada vez mais comum atender pacientes que exercem funções de liderança e buscam resultados sutis. O objetivo não é parecer mais jovem a qualquer custo, mas manter uma imagem que reflita coerência, vitalidade e segurança. Intervenções bem indicadas e fundamentadas na medicina reforçam a autoridade e o autocuidado, sem artificialidade. A elegância, nesse contexto, está em preservar a identidade com discrição e clareza de intenção.
Essa abordagem vai além da aparência. Representa uma mudança cultural na forma como entendemos a relação entre saúde, envelhecimento e responsabilidade pessoal. O excesso perdeu espaço para abordagens mais criteriosas e individualizadas. Parecer natural é o verdadeiro luxo. Cuidar da pele, nesse cenário, é também cuidar da saúde física e emocional, com base em conhecimento técnico e visão de longo prazo.
Sofisticação é Coerência
Envelhecer com saúde não significa apagar os sinais do tempo, mas aprender a conduzir esse processo com equilíbrio e consciência. A verdadeira sofisticação está na continuidade dos cuidados, na naturalidade dos resultados e na escolha de um médico dermatologista capacitado para cuidar do maior órgão do seu corpo: a pele.
Dra. Letícia Nanci é médica do Hospital Sírio-Libanês, médica responsável pela Clínica Dermatológica Letícia Nanci; membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD); da American Academy of Dermatology (AAD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD).
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Coluna publicada na edição 129 da revista Forbes, em março de 2025.
