Duas gerentes da clínica Amacor, em Campo Grande, zona oeste do Rio, foram presas em flagrante nesta quarta-feira, 10, após uma operação da Polícia Civil que encontrou medicamentos vencidos em áreas críticas como o centro cirúrgico e o carrinho de parada cardíaca. A ação foi deflagrada após a morte da técnica de segurança do trabalho Marilha Menezes Antunes, de 28 anos, que sofreu uma parada cardiorrespiratória durante uma lipoaspiração com enxerto glúteo na última segunda-feira, 8. O laudo preliminar do IML apontou que o óbito foi causado por uma “ação perfurocontundente” no rim, seguida de hemorragia interna.
De acordo com relatos da família, a vítima era saudável e havia realizado todos os exames pré-operatórios. Sua irmã, Lea Carolina, que acompanhava o procedimento, descreveu cenas de desorganização durante a tentativa de reanimação: o médico teria solicitado oxigênio, e as manobras de ressuscitação se estenderam por 90 minutos sem sucesso. A clínica emitiu uma nota oficial afirmando que “lamenta profundamente o ocorrido” e que seu centro cirúrgico “conta com todos os equipamentos necessários para emergências cardiovasculares e respiratórias”, seguindo os protocolos internacionais.
Além da intervenção policial, que resultou na interdição do estabelecimento, o caso está sendo investigado pelo Conselho Regional de Medicina (Cremerj), pela Delegacia do Consumidor (Decon) e pela Vigilância Sanitária. Marilha foi enterrada nesta quarta-feira e deixa um filho de 6 anos.